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Hospitalidade Luminosa

O que é luxo hoje em dia ?
Será que continua a ser as marcas de valor, a ostentação ?
Ou será que nossa sociedade, com todo a evolução tecnológica, inimaginável pelas gerações que nos antecederam, e apesar dela, se encontra mergulhada num vazio existencial, que este suposto nirvana tecnológico não conseguiu mitigar ?

Falemos agora do que o Brasil representa no mundo. A par de vários estereótipos, velhos e surrados, algo aparece de muito forte: nossa gente, nossa alegria, nosso jeito de abraçar. Sim, de abraçar, como acabou de me dizer uma parceira italiana, do segmento de turismo. Imaginem se na Europa, quando se vem para uma reunião, ou um encontro, as pessoas se abraçam ? De forma nenhuma , disse ela ... 

Abraçar, receber bem ... são marcas brasileiras ... que os estrangeiros valorizam tanto, talvez por que não as tenham tanto em suas terras ...

Viajar pelo interior desse imenso Brasil, chegando a casas em meio ao cerrado, com gente sentada na soleira da porta, e que te chama para oferecer um café simples ao fogão à lenha ?  Que preço tem isso ?
Isto é o que o turista estrangeiro mais quer ... o calor do fogão à lenha e o calor do caboclo, do anfitrião, da nossa gente ...

Se juntarmos esse calor inato ao povo brasileiro, com pitadas de abraços que fazem parte de nossos eus, acrescentarmos um gostar de gente, de pessoas,  adicionarmos o fermento do planejamento, da comunicação, e assar tudo no forno da qualidade, para depois recobri-lo com um creme de detalhes, teremos a receita de uma hospitalidade única. Simples e ao mesmo tempo tão especial e complexa, devido à sua absoluta simplicidade. A esta hospitalidade chamaremos de hospitalidade luminosa. 

As grandes marcas mundiais da indústria do turismo que gastam milhões em propriedades, castelos, spas, veículos e um sem fim de equipamentos estão percebendo que o que ganha para sempre o cliente é algo intangível, que não pode ser medido ou comprado, chamada, internacionalmente de personal touch, ou seja, o toque pessoal. 

E para que este personal touch seja verdadeiro, e verdadeiramente percebido pelo cliente como valor, ele tem que ser transmitido por pessoas que gostem de pessoas, para as quais não é nenhum esforço agradar. 

Ou seja, aí vai o recado: quer fazer a diferença no mundo da hospitalidade e do turismo, de uma maneira sustentável e duradoura: goste de gente ... e contrate gente que goste de gente ... como primeiro critério de seleção ... Aí sim seu empreendimento só prosperará. E viva a hospitalidade luminosa. 
 
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Edgar Werblowsky é fundador e diretor da Freeway e da Immaginare. 
www.freewayviagens.tur.br  e www.immaginare.tur.br