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Entre novos e clássicos, conheça 10 livros para inspirar roteiros de viagem

Do UOL, em São Paulo
Forma saborosa de imaginar cidades, países, culturas e povos, as narrativas sobre destinos que desconhecemos costumam despertar ainda mais a vontade de viajar, além de serem ótima companhia para leitura de férias.

Seja por meio de histórias vividas por mulheres viajantes, através de relatos de um músico a partir de suas pedaladas por grandes cidades ou ainda com as cartas de um artista a seu irmão durante um percurso solitário pelo Brasil, os títulos abaixo, compilados entre lançamentos e alguns clássicos, inspiram a conhecer mais o mundo e a se aventurar por ele.

Queria Ter Ficado Mais
Lançamento de 2014, o livro reúne 12 histórias escritas por mulheres. Relatos sobre Barcelona, Tóquio, Istambul, Nova York, Roma, Paris, Buenos Aires, Londres, Yangshuo (China), Valência, Berlim, Israel e Cisjordânia vêm "empacotados" em um projeto gráfico que tem tudo a ver com as narrativas autorais que compõem o livro: cada capítulo vem em um envelope, como se fosse uma carta. Aquarelas da artista Eva Uviedo ilustram os destinos. 

Autoras: Barbara Heckler, Bruna Tiussu, Cecilia Araújo, Cecilia Arbolave, Clara Averbuck, Clara Vanali, Florencia Escudero, Isis Gabriel, Ligia Braslauskas, Livia Aguiar, Luciana Breda e Olivia Fraga. Saiba mais: www.lote42.com.br/queriaterficadomais/index.html

Diários de Bicicleta
O livro do músico escocês David Byrne, ciclista engajado desde os anos 80, conta suas experiências sobre duas rodas em diversas cidades pelo mundo. Na narrativa, ele fala sobre percursos por Londres, Sydney, São Francisco, Nova York e Buenos Aires, mesclando suas observações sobre as cidades, as pessoas e as culturas destes locais. 
www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/940324-david-byrne-vive-sobre-duas-rodas-em-diarios-de-bicicleta.shtml 

Diário de Bordo - Entre Vapores e Carrancas
Recém-lançado, o livro da artesã e cantora baiana Lourdes Barroso traz anotações feitas durante oito anos (entre 1965 e 1973), ao longo de viagens a bordo do famoso barco a vapor Benjamin Guimarães pelo rio São Francisco, de Pirapora (MG) até Juazeiro (BA). Em uma narrativa que evoca lendas, fala de culinária e conta histórias das populações ribeirinhas, a artesã relembra as perseguições da ditadura, seu encontro com o mestre carranqueiro Francisco Guarani e fala da sua relação com a confecção das figuras de proa, ofício que aprendeu nestas viagens. 

Editora Catrumano, 2015. Mais informações: [email protected]

De Moto pela América do Sul
Livro que inspirou o filme “Diários de Motocicleta”, a obra reúne os relatos pessoais do guerrilheiro argentino Che Guevara durante travessia de moto em 1952 pela América do Sul, rota que já inspirou muitos viajantes. Os fatos que o argentino, então com 23 anos, observou neste percurso influenciaram totalmente sua posição política nos anos seguintes. O percurso de Che, ao lado do amigo Alberto Granado, começa na Argentina e termina na Venezuela. 
Sá Editora, 1995. Saiba mais: www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/853176-livro-reune-relatos-de-che-guevara-que-inspiraram-diarios-de-motocicleta.shtml

O Tempo Sem Tempo
Lançamento de 2014 do artista Kammal João, trata-se de um livro-objeto que reúne 150 cartas ilustradas enviadas pelo autor a seu irmão mais jovem, na época com 7 anos, durante uma viagem entre 2010 e 2011 por lugares do Centro-Oeste, Norte e Nordeste brasileiros. As anotações e desenhos mostram um pouco da rotina do artista no trajeto, iniciado em Matutu (MG) e dos lugares que percorreu (Porto Velho, Chapada dos Guimarães), em viagens de trem, barco e carona, por quatro meses, sem destino fixo. O livro foi feito como projeto final da graduação do autor em Design na PUC-Rio. 
Editora A Bolha. Saiba mais: http://kammaljoao.com/O-TEMPO-SEM-TEMPO

On The Road
De autoria de Jack Kerouac, o clássico da literatura beatnik e da contracultura começou a ser escrito como um amontoado de anotações de viagem, em 1951, durante as peregrinações do então jovem autor pelos EUA e México. Debates existenciais, jazz, álcool e anfetamina estão no roteiro de Sal Paradise (narrador que dá voz ao livro, parcialmente autobiográfico) ao lado do amigo Dean Moriarty, personagem inspirado em outro autor beat, Neal Cassady. Juntos, eles percorrem estradas passando por Nova York, Denver, San Francisco e Cidade do México. Os relatos, publicados pela primeira vez em 1957, já inspiraram muita gente a rodar a Califórnia de carro. 
Editora L&PM. Leia trecho: www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/2015/03/1601731-on-the-road-traduzido-por-eduardo-bueno-ganha-nova-edicao.shtml

Mochileiros nos Anos de Chumbo
Lançado em 2013, o livro narra as memórias de dois jovens mineiros estudantes de jornalismo durante um mochilão pelo Brasil na década de 70. Em tempos de ditadura, eles partem para destinos no Norte e Nordeste, vendendo assinaturas do jornal de esquerda “Movimento”, dormindo na casa de amigos de amigos e testemunhando manifestações culturais do interior do país. Entre relatos de viagem misturam-se recortes de jornais que contextualizam a política da época, ajudando a entender o trajeto da dupla - não só geográfico, mas de conhecimento social do país. 
 Autores: Sérgio Aspahan e Márcio Godinho.

Viagens - Da Amazônia às Malvinas
Lançado na Flip de 2015 como e-book, o título mais recente da ensaísta argentina Beatriz Sarlo traz relatos de suas viagens pela América do Sul dos anos 60. A narrativa passa pelo altiplano boliviano, ruínas de Machu Picchu, modernismo da arquitetura de Brasília, a Amazônia peruana, as minas de Oruro e as ilhas Malvinas, em viagem mais recente. Os escritos não são de anotações da época. Sarlo diz que só recentemente pôde organizar em uma narrativa as experiências deste período, onde via uma América Latina com intensa expectativa revolucionária. 
www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/184580-acreditava-que-em-viagens-conheceria-sujeitos-da-revolucao.shtml

Um Diário Russo
Clássico tanto dentro da literatura de viagem quanto do livro-reportagem, o livro narra a viagem da dupla John Steinbeck, escritor norte-americano, e Robert Capa, fotógrafo húngaro, pela então União Soviética de 1940. A ideia era conhecer e registrar os costumes e a rotina da população que vivia sob o regime stalinista, tentando fazer registros sem julgamentos. O livro teve relançamento caprichoso em 2010 pela editora Cosac Naify. Atualmente fora de estoque, a obra pode ser encontrado em sebos físicos e virtuais.

Diario de Oaxaca
Esse é para quem gosta de quadrinhos. Há um livro de Oliver Sacks com o mesmo nome, mas o citado aqui é uma obra do norte-americano Peter Kuper (“A Metamorfose”) que mistura HQ, fotos, desenhos e textos sobre as pessoas e os lugares que conheceu nos dois anos em que viveu na cidade mexicana que entitula o livro. Kuper se mudou em 2006 para Oaxaca com a ideia de educar sua filha em um lugar onde ela pudesse aprender um segundo idioma e ficar menos ligada em tecnologia. Neste período, houve no país uma importante greve de professores que é narrada na obra e ajuda a contextualizar a política local. O livro não tem versão em português, mas sua edição é bilíngue em inglês e espanhol. 

Leia a matéria no site do UOL: http://viagem.uol.com.br/listas/entre-novos-e-classicos-conheca-10-livros-para-inspirar-roteiros-de-viagem.htm