A Mata Atlântica é um dos principais biomas brasileiros e apesar de abrigar uma das maiores biodiversidades do planeta, é também um dos biomas mais ameaçados no mundo.
Hoje, restam apenas cerca de 12,4% do que antes era ocupado pela floresta, segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica.
O bioma cobria boa parte do território brasileiro, chegando a 17 estados e fazendo parte da transição com o cerrado, mangue, caatinga e planalto de araucárias.
A ocupação humana no Brasil devastou boa parte da natureza original, 72% dos brasileiros habitam áreas que pertenceriam à Mata Atlântica.
Sua ocupação é antiga, foi o primeiro contato dos portugueses com a natureza brasileira. O famoso Pau Brasil é umas das árvores típicas da Mata Atlântica, que simboliza essa primeira devastação.
Mas o principal motivo da derrubada das florestas foi a ocupação humana e o agronegócio. Tanto que as regiões de mata remanescentes em geral, localizam-se nas serras e regiões montanhosas. Principalmente na faixa litorânea sudeste.
A biodiversidade da Mata Atlântica - Um tesouro que devemos preservar
Por ocupar uma grande região tropical, com variação de altitude e latitude, a Mata Atlântica abriga de 1% a 8% de toda a biodiversidade mundial. Isso porque, mesmo com toda a presença humana, existem ainda espécies para se descobrir.
Só de vegetais, são mais de 20 mil variedades de plantas, boa parte endêmica e muitas ameaçadas de extinção. Corresponde a 35% da diversidade de Flora encontrada no Brasil.
Uma diversidade única, que é muito superior ao número de espécies vegetais encontradas em toda Europa(12,5 mil) e mesmo na América do Norte(17 mil).
Há estudos que indicam que na Mata Atlântica, encontramos a maior diversidade de árvores por m² no mundo. Dentre as principais, destacam-se ipês, palmeiras como a jussara, bromélias, cedros, figueiras, begônias, orquídeas, quaresmeiras, cipós, briófitas, jacarandás, jequitibá-rosa, dentre muitas outras.
A grande diversidade de aves também impressiona. São cerca de 850 pássaros de diversas cores, formatos e cantos, que encantam a natureza do Brasil.
Desse montante, 118 estão ameaçados de extinção, sendo 49 endêmicos. Um exemplo é o bicudinho-do-brejo, espécie recém descoberta no litoral paranaense.
São 270 espécies de mamíferos, sendo que 69 são ameaçados de extinção. O mico leão dourado é considerado um símbolo da Mata Atlântica e endêmico da região do Rio de Janeiro.
Pior ainda é a situação do mico leão de cara preta, que ocorre entre o Paraná e o litoral sul de São Paulo. Estima-se que existam menos de 300 exemplares na natureza.
Podemos encontrar ainda 370 espécies de anfíbios, sendo que 16 ameaçadas de extinção só são encontradas na Mata Atlântica e 200 espécies de répteis, 13 ameaçadas também. Podemos exemplificar com a jibóia-de-Cropan e a tartaruga-de-couro.
Por que devemos preservar a Mata Atlântica?
Além de ser a morada de tanta vida do planeta, a Mata Atlântica é responsável pelo controle climático de boa parte do Brasil, pelo fornecimento de água e o fluxo dos mananciais hídricos dos principais rios do sul/sudeste.
Protege também as encostas das serras e garante a fertilidade do solo. É fonte de alimento e plantas medicinais para boa parte das populações tradicionais e seu sustento.
Isso sem falar do ecoturismo, das paisagens e belezas incríveis, do lazer e qualidade de vida proporcionada pela floresta. Nada como um ar puro de um banho de floresta, né?!
Como preservar a Mata Atlântica?
- Não derrube, nem financie o desmatamento da Mata Atlântica.
- Compre apenas produtos de madeira certificada ou reflorestamento.
- Compre apenas palmito com cultivo registrado em órgãos certificados.
- Não retire e compre plantas nativas ilegalmente da Mata Atlântica.
- Não compre animais silvestres, denuncie quando possível.
- Consuma produtos de empresas responsáveis, que não afetam direta ou indiretamente a Mata Atlântica.
- Não compre imóveis e construa em regiões de mata preservada.
- Valorize as comunidades tradicionais indígenas que preservam o território de mata nativa.
- Valorize o ecoturismo, pratique apenas o turismo responsável que não polui e nem afeta o ecossistema da Mata Atlântica.
Turismo na Mata Atlântica - Somente o Ecoturismo consciente!
A Mata Atlântica é protegida por lei. A Lei nº 11.428/2006 dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa desse incrível bioma. No dia 27 de maio, comemora-se o Dia Nacional da Mata Atlântica.
Uma das melhores formas de conhecer e se encantar com a Mata Atlântica é pelo ecoturismo. Visitar os principais parques que abrigam áreas remanescentes e desfrutar da natureza abundante e diversa desse bioma.
Como já mencionamos, pratique apenas o turismo consciente, que preserva e valoriza a riqueza da Mata Altântica.
Aliás, o ecoturismo é uma das principais alternativas econômicas para o desenvolvimento de várias populações sem a degradação ambiental. Por isso, estimulamos e difundimos esse turismo responsável para que você conheça as preciosidades da fauna e flora brasileira.
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Confira uma lista de áreas remanescentes e alguns parques na Mata Atlântica que você pode visitar. Essa compreende alguns estaduais e nacionais, mas há muitas reservas particulares e outros parques não mencionadas, que são importantes para essa preservação:
Clima na Mata Atlântica. Quando viajar?
O clima majoritário da Mata Atlântica é o tropical úmido. A sua principal característica é receber diretamente as massas de ar úmidas vinda do Oceano Atlântico, o que gera chuvas durante quase todo o ano na maior parte de seu bioma.
Há uma variedade de outros climas como o subtropical úmido no sul e o tropical de altitude no nordeste. Essa diferença proporciona uma diversidade ainda maior de espécies da fauna e flora.
Apesar da umidade ser uma característica da mata atlântica, ela concentra-se principalmente nas regiões litorâneas de serra. Assim, na maior parte do bioma há chuvas mais frequentes entre novembro e março e um período maior de seca entre maio e setembro.
Quando for viajar, atente-se para os perídos de chuva, principalmente para fazer trilhas em cachoeiras.
Parque Nacional do Iguaçu
O parque Nacional do Iguaçu foi criado em 1939 e protege uma importante biodiversidade do sul do Brasil. Está a apenas 17km do centro de Foz do Iguaçu e somente 5km do Aeroporto Internacional.
Sua preservação soma-se a beleza das cataratas do Iguaçu, muito visitada por turistas do mundo todo. E por isso foi a primeira Unidade de Conservação do Brasil a ser insituída como Sítio do Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO.
É uma das poucas áreas de mata atlântica onde pode-se encontrar de forma preservada a onça-pintada, que foi extinta em quase todas as outras áreas remanescentes.
Região do Lagamar
Na divisa entre o sul do estado de São Paulo com o norte do Paraná, encontra-se junto a faixa litorânea, a maior faixa contínua de Mata Atlântica do Brasil,
A região do Lagamar é um verdadeiro santuário ecológico e o último ecossistema ainda preservado do litoral brasileiro. O que o classifica como Reserva da Biosfera do Planeta pela UNESCO.
A maravilhosa região é composta por praias, florestas, manguezais, encostas, dunas, baías e restingas. Um paraíso para golfinhos, tartarugas, fragatas, papagaios, guarás vermelhor e uma infinidade de vida marinha e aves. É o maior berçário de vida selvagem da América do Sul.
As lagunas, baias, ilhas, morros, restingas e florestas garantem uma diversidade natural incrível, que se extende pelas cidade de Iguape, Cananéia, Ilha do Cardoso, Ilha Comprida e mais 200 quilômetros até o litoral do Paraná. A região tem um dos menores índices de povoamento do Brasil.
Parque Nacional dos Campos Gerais
O Parque Nacional dos Campos Gerais é um pouco mais recente, criado em 2006. Uma unidade de conservação localizada no centro-leste paranaense.
Abriga 21.300 hectares, resguarda campos nativos, florestas de araucárias e pinturas rupestres.
Uma região repleta de atrativos naturais, propícia para uma viagem de natureza e cultura e claro, Banho de Floresta.
Aparados da Serra
O Parque Nacional de Aparados da Serra, criado em 1959, é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral da natureza localizada na Serra Geral.
Abriga os desfiladeiros na divisa geográfica natural dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. É o mesmo nome do Complexo de Canyons, que impressiona e se estende de Cambará do Sul até parte da Serra Catarinense.
Petar
O Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, mais conhecido pela sigla PETAR, é um parque brasileiro localizado no sul do estado de São Paulo, entre os municípios de Apiaí e Iporanga. Abriga mais de 300 cavernas.
O Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira é considerado uma importante Unidade de Conservação, somada ao Parque Carlos Botelho e ao Parque Estadual Intervales, formam o maior trecho contínuo de Mata Atlântica.
Cantareira
O Paruque Estadual da Cantareira é uma Unidde de Conservação de Proteção Integral inaugurada em 1962. Localiza-se ao lado do Horto Florestal.
Na Zona Norte de São Paulo, é uma das maiores florestas em área urbana do mundo, preservando importantes remanescentes do Cinturão Verde da capital paulista